“…Pai nosso, que estás nos céus… [Mt. 6.9]
Assim como a oração do Pai Nosso nos ensina que tipo de amor fraternal devemos expressar na oração, da mesma maneira ela examina todas as disposições mundanas das quais somos culpados, e Cristo nos lembra delas. A oração também examina conflitos e contendas; somos irmãos – temos um Pai em comum.
Em todos os lugares devemos viver em mansidão e amor: esse é um requisito para a oração. “Maridos … vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração com vossa mulher … para que não se interrompam as vossas orações” (1Pe. 3.7). Se houver brigas na família, como o marido e a esposa poderão invocar a Deus com o coração unido, o qual é um requisito estabelecido para a oração?
Assim diz 1 Timóteo 2: “Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade” (v.8). Não apenas levantar mãos “santas” a Deus, mas também “sem ira e sem animosidade”; é preciso haver confiança em nossas orações. Isso, porém, não é tudo – a oração precisa ser “sem ira”. Não pode haver nem uma gota de vingança e violência misturadas a nossas súplicas. A oração também examina o orgulho e o desprezo. Cristo ensina todos, em todas as condições, a dizerem: “Pai nosso”, sejam senhores ou servos, pais ou filhos, reis ou mendigos.
Você não tem um Cristo melhor, nem um Pai melhor, no Céu do que os outros. O rico e o pobre devem perdoar-se mutuamente sob a Lei, para mostrar que todos têm o mesmo Redentor. O fraco não deve desprezar nem desdenhar o forte; nem o rico deve envergonhar-se de seu irmão por ele ser pobre. Jamais devemos nos envergonhar de um irmão que pertence a Deus como um filho.
Thomas Manton
Randall J Pederson, org., Dia a Dia com os Puritanos Ingleses: Devocional Diário, trad. Maria Emília de Oliveira (Curitiba/PR, Brasil: Publicações Pão Diário, 2021), 96–97.